As chamas com que desmancho o céu
vêm do vómito alaranjado
que enaltece a planície de espanto que tenho:
azul neutro p´ra ti e p´ra todos.
Coça-te,
mostra-me mais um pouco dessa pele que quer ressequir,
assim como dessa voz bronzeada e o tumulto do decidir.
Fartei-me deste bolor inglês
e dos ritmos azarados que conheço.
Um pouco mais de pele é o que te peço,
com o olhar fixo no fim das tuas costas;
um tipo de cintura que nunca mordi
mas cujo sabor me é anunciado.
Dizes dez palavras por dia
e há determinados tons que recusas.
Andas a poupar-te mas eu conheço muito bem o teu tédio.
Já respiraste muito perto do meu pescoço, lembras-te?
Só não nos abraçámos por causa da fleuma:
platina p´ra ti e, claro, p´ra quem tu queiras.
Coça-te de novo e de súbito.
O princípio da tarde - cerveja preta - é uma revelação
quando distraída e indiferentemente te coças
dando ao mundo dois centímetros insípidos da tua inteira nudez.
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