e a água caía como a água tem de, nessas ocasiões cair; sem tempo, interstício, temperatura, textura, na verdade, sem peso e medida ter.
ele afastou-se; e se o fez foi para exactamente a zona que lhe era oferecida poder perceber.
pintalga-me - disse-lhe ela uma outra, e imperativa, vez.
e a água, na sua função de apenas água ser, nada mudou.
ele abriu e fechou os olhos, fingiu que estes embaciados estavam e apenas disse:
não posso. eles não me deixam!
ela perguntou: porquê?
ele não respondeu, vestiu a camisa, e toda a roupa que conveniente era vestir, e que para este caso nada, ou pouco, interessa; e a correr desceu as escadas do prédio.
ela continuou a vociferar.
ela continuou a proferir.
ela continuou a exigir: pintalga-me! pintalga-me já!
ele partiu, e ela isso sentiu.
cruzaram-se meses depois, numa buliçosa rua da cidade, quando a pele dela seca estava e nele ainda nada seco estava o medo de a nutrir poder vir.
ela lambeu os lábios e ele desmaiou à frente da Casa da Sorte.
assim se tornou claro quanto dois mundos não se unem.
nesse momento alguém, por ter enviuvado, por eles, sem chorar, passou.
e assim se pode fazer Lisboa!
e assim se pode fazer qualquer cidade, onde costas, e medos, e escadas, e alguém por enviuvar há!
e assim se faz o mundo: no não, tão simples, por entre a água, ou do seu denso/simples/pleno vapor, nada conseguir fazer.
e eis que é assim que o amor mais não longe vai; fica reduzido ao simples descer das escadas de um simples prédio numa simples cidade de um simples país de um simples continente de um simples mundo.
e assim não se acontece.
e assim ninguém voltará a, por bem, virar as costas.
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