agora, cresce:
fixa-te no sabor do cárcere e da peste
APRENDE A LER.
espicaçaste-me os demónios
na minha casa, na tua e na rua
lunáticamente, lunático, me devolveste à lua
e clonaste-me o interstício dos neurónios.
há anos escrevi que tinha as veias aos berros
só agora, mediúnica é a escrita, o sinto
tudo o que de ti tive foi a ferros
e essa é uma memória pouco bonita: ressinto.
e aqui estou eu a palavras gastar
a palavras parir, a palavras deixar
foi o que foi, apesar,
da vontade que tenhamos sido uma bomba por rebentar!
catchapum! ploff! badum!
(a escrita, às vezes, é a faculdade de fechar gavetas, mirar um espelho retroactivo, remontar puzzles que já não se tem nem se quer, ou precisa, ter. é, assim, uma espécie de "maquinismo-vassoura".)
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