ipodonan

Wednesday, January 31, 2007

india song 8 (onan em fort cochin)

Carissimo diario: Como te disse, the reward came perfect (depois da atribulada viagem de comboio nocturna, que nos levou de Margao a Kannur). Assim que chegamos a estacao de kannur, tinhamos um senhor a nossa espera, na plataforma, que tinha sido enviado pelo dono do Costa Malabari. Este senhor era o nosso taxista, e, qual nao foi o meu espanto, os taxis aqui eram todos (como em todo o estado de Kerala, presumo) os magnificos Hindustan Ambassador (carros indianos fabricados nos anos cinquanta) nos quais eu, desde Mumbai, estava mortinho por andar. Em Mumbai e Goa tambem os ha mas nao sao os taxis convencionais e usam-se como carros diplomaticos. Em kerala ja os vi em varias cores, do branco ao candy pink. Bem, a razao da nossa ida a Kannur depreendeu-se com o facto de querermos ir ver um Theyyam e o sitio que nos foi recomendado pelo nosso grande querido Lonely planet (como Something Special) foi exactamente o Costa Malabari. Carissimo diario, esta foi the big reward. O Costa Malabari apresenta-se como um sitio maravilhoso, uma guest house super intimista, numa localidade minima, no meio da selva, chamada Thottada. A comida, maioritariamente vegetariana, simplesmente genial, os pouquissimos hospedes que la estavam eram uns irlandeses de meia idade (a excepcao de uma rapariga, filha de um casal) que foram uma bela companhia. Grande, grande, grande bonus deste sitio: uma praia deserta, simplesmente linda, ainda melhor que Palolem. Agua quente, um caminho genial (entre a nossa casa e a praia) que comportava toda uma fauna, milhares de coqueiros, uma sinfonia de sons desconhecidos e pessoas simplesmente maravilhosas que davam tudo por ter dois minutos de conversa. Outro grande, grande, grande bonus: o dono do Costa Malabari, o senhor Kurian (a quem nos estivemos sempre a chamar senhor Saudi e nao sabemos porque motivo) nao e nada mais nada menos do que um grande estudioso dos Theyyam. Proporcionou-nos, assim, um ponto alto da nossa viagem. Fomos ver o Theyyam, que acontecia num templo a 10 km de Kannur, as quatro da manha. A cerimonia durou ate as sete e tal (pelo menos para nos). Simplesmente genial. Forte, telurico, puro. Nao se consegue descrever com facilidade. Momento muito bom (mas que na altura nos deu um formigueiro na barriga): de repente, fomos o centro das atencoes, levaram-nos para as traseiras do templo, sentaram-nos numas cadeiras e deram-nos a provar uma bebida genero arroz doce. Fizeram um circulo a nossa volta a ver-nos beber aquilo. Os primeiros visados: eu, Miguel e Joni. Depois, foram buscar a Marisa e os nossos amiguinhos irlandeses e puseram-se a nossa volta (deviam ser uns trinta, homens e rapazes). Eu estava todo enojado porque, como nos os tres fomos os primeiros a ter a honra, vimo-los a passar por agua (de um balde que para la estava) os copos de metal onde nos seria servida a iguaria. Eu tentei fingir que bebia aquilo (o problema nao era o que se estava a beber, que era leite e arroz e canela e cardamomo; o leite fora muito provavelmente fervido. O problema era mesmo a agua da lavagem). Um dos rapazes, ao ver que eu nao estava a deliciar-me com a bebida, pergunta-me: "dont you like it?” e eu “it's very good"; ele “then, drink it'. E nao tive outro remedio senao dar mais um generoso gole na mistela. Adiante, gracas a Shiva nada nos aconteceu. Ate agora, e ja passaram uns bons dias, nenhum bicho desinterico nos atacou. Agora tenho de ir almocar. A marisa ja chegou da massagem ayurvedica e eles tambem ja estao a acabar. Eu nao fiz hoje, vou fazer amanha enquanto eles vao num passeio de barco no qual nao tenho interesse. Amanha fico por aqui, dou umas voltas by my own, vou tentar comprar especiarias e um Kurta Pajama e depois faco a massagem. Depois de dois belos dias em Kannur, fomos (o que me custou essa partida) para Calicut. Calicut muito feio, sujo, urbano mau. Coisa muito boa: fomos a tal praia onde o Vasco da Gama chegou e engane-se quem pense que existe algo que assinale fisicamente a coisa... Tenho mesmo de ir. Conto depois, nem sei bem o que.

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