não sendo exactamente esquiva, pastosa ou, até, selectiva, e electiva, é,
porém, efectiva, e corrosiva:
a dor.
companheira forçada e altiva
não lhe conheço início, meio e fim
porque comigo se atreve
à deriva
e comigo vive, permissiva,
ao alimento que lhe dou
e,
nada intempestiva,
ausculta-me,
de baixo a cima,
nada putativa,
do meu real cativa,
como eu lhe...
escrita e dor: latejam birrentas, interrompem-se, a si mesmas, no auge.
sonsas, deixam-se ficar, na sua ausência, em mim sossegadas para depois,
qual pequeno-almoço pelo amante à cama trazido,
pela surpresa, de mim adicto fazerem e, assim,
com traminhas e da minha história fascículos,
o seu reino firmarem.
escrita e dor, dor e escrita, escrita e escrita, dor e dor,
dor da escrita
e
escrita da dor:
raiz comum:
fodem a paciência do ímpeto visionário
porque apenas me tornam habituado do seu passado e, do seu, tão presente, presente.
o futuro está sempre por escrever; todos os dias por doer.
e escrevo apenas sobre a escrita física sobre a física dor
porque
a escrita da dor da alma é, tão gigantescamente,
apenas:
o poço de um petróleo que, estrategicamente, não se deixa sondar.
Sunday, April 12, 2015
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment