e este é o facto,
que mais prementemente,
se pode asseverar do dito.
rudolfo de pravda
era uma gozão,
não ia cá em intrigas nem cantigas e
sabia ser anfitrião.
rudolfo de pravda tinha talento
inventava segundos nomes para tudo
tinha um caderninho
e dormia ao relento.
rudolfo de pravda sabia dançar
da salsa à rumba
meneava a anca
e deleitava-se com o luar.
rudolfo de pravda era um homem a sério
tinha rigor nas acções, nas palavras
cantava todas as oitavas;
tinhas musas em cada hemisfério.
rudolfo de pravda ria-se de si próprio
abria a cabeças aos outros
ia, com eles mais, longe
em vez de um par de olhos tinha um telescópio.
rudolfo de pravda tinha o coração no sítio
podia ter sido um platão ou um gandhi
dava a roupa do corpo
era o oposto do lítio.
rudolfo de pravda gostava e sabia brindar
criou uma nova ordem paradigmática
lê-lo não consegues
porque tinha aversão ao verbo publicar.
rudolfo de pravda era contente
das abelhas conseguia velas
só com doce conversa
era o mais inteligente.
rudolfo de pravda era imediato
assim como circunscrito
percebia tudo na hora e sem demora:
era o próprio do anti-atrito.
rudolfo de pravada casou com uma perdiz
porque via essencialmente tudo
e tudo no essencial
dos seres que conheci: foi o mais feliz.
rudolfo de pravda nasceu e morreu esta manhã
de sorriso sempre aberto
guerreou e pacificou-se com tudo na vida
e fez da vida, na sua complexa totalidade, a experiência menos vã.
rudolfo de pravda foi um ser que inventei
e que nunca conheci
espero ainda encontrá-lo
dentro de uma simples e maior palavra chamada: aqui!
ou ali...
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