o fio da navalha deixou de ser o artimanhoso, habitual e insuspeito fio da navalha para passar a ser o insuspeito, habitual e artimanhoso fio do serrote.
sobes-desces-desces-sobes, intáctil, voraz, locónico, o vórtice do esforço que assiste o simples acto de abrir ou, mesmo, fechar os olhos. escreves, escreves, rescreves, rescreves-te; desmoronas, posicionas, clonas a vontade, a voltagem; decisão.
sabes que, mais cedo ou mais tarde, te casarás com a sintaxe e a semântica e a superlativa capacidade de poder, querer, instituir.
no fio do serrote permaneces, admoestas, feneces a tua capacidade, ou vontade, de voar.
finges que morres, pressentes, desenhas a tua vontade de fugir.
apregoas, amaldiçoas, doas a tua, volátil, voltaica, volitiva, vontade de sentir (e ir).
escrever é abrir portas, é ser abençoado, é poder ver -tempo-, é escavar em todo o lado.
a coisa mais maravilhosa da escrita (suspeita minha pouco provada) é poder ter acesso ao que ainda nunca existiu. isto é avassalador, é enorme. é disso que eu tenho medo. é disso que eu tenho de viver. é isso que me procura,
Saturday, March 17, 2007
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